
Camiseta Dona Ivone Lara
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*13/4/1922 Rio de Janeiro, RJ
+16/4/2018 Rio de Janeiro, RJ
Cantora. Compositora. O pai, João da Silva Lara, era mecânico de bicicletas, além de violonista e componente do Bloco dos Africanos. D. Emerentina, a mãe, era pastora do Rancho Flor do Abacate. Aos seis anos de idade, ficou órfã de pai e mãe, sendo internada por parentes no Colégio Orsina da Fonseca, no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde permaneceu até os 17 anos. Aos 12 anos, foi presenteada pelos primos e futuros parceiros, Hélio e Fuleiro, com um pássaro "Tiê-sangue". O nome do pássaro e a expressão "Oialá-oxa", herdada da avó moçambicana, serviram de inspiração para o primeiro samba composto: "Tiê". Admirada por suas professoras de música no colégio, Lucília Villa-Lobos, esposa do maestro Villa-Lobos e Zaíra Oliveira, primeira esposa de Donga, foi indicada para o Orfeão dos Apinacás, da Rádio Tupi, cujo regente era Heitor Villa-Lobos. Saindo da escola, foi morar na casa de seu tio Dionísio Bento da Silva, que tocava violão de sete cordas e fazia parte de grupo de chorões que reunia Pixinguinha e Donga, entre outros. Com o tio, aprendeu a tocar cavaquinho. Seu primo, Mestre Fuleiro, também foi um dos fundadores da Império Serrano em 1947, ano em que Dona Ivone Lara mudou-se para Madureira e começou a freqüentar a Escola de Samba Prazer da Serrinha, mesma época em que começou a compor sambas para esta escola. Foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores de uma escola de samba. Casou-se, aos 25 anos, com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha. Nesta época, passou a freqüentar a Escola, onde aprimorou seus dotes de sambista e conheceu os amigos Aniceto, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, que mais tarde seriam seus parceiros em algumas composições. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar pela verde e branco de Madureira. Tornou-se enfermeira, formando-se logo depois em Assistente Social. Especializou-se em Terapia Ocupacional, dedicando-se a trabalhos em hospitais psiquiátricos, tendo trabalhado no Serviço Nacional de Doenças Mentais, com a doutora Nilse da Silveira. Em 1965 ingressou na Ala de Compositores do Império Serrano e compôs, com Silas de Oliveira e Bacalhau, o clássico "Os cinco bailes da história do Rio". A partir de 1968 passou a integrar a Ala das Baianas. Aposentou-se no hospital em 1977, passando a dedicar-se, exclusivamente, à carreira artística. Em agosto de 2002, recebeu o "Prêmio Caras de Música", na categoria "Melhor Disco de Samba", com o CD "Nasci para sonhar e cantar" e, neste mesmo ano, foi a vencedora do Prêmio Shell de MPB, tendo recebido o prêmio pelo conjunto de sua obra em grande festa do samba, no Canecão, no Rio de Janeiro, cujo roteiro-convite foi apresentado por Ricardo Cravo Albin, um dos cinco jurados que lhe deram o prêmio por unanimidade. Sobre ela, Túlio Feliciano, diretor do show no Canecão, deu depoimento ao jornal O Globo: "Ela é a síntese do samba. Tem o ritmo dos tambores do jongo e a riqueza melódica e harmônica do choro. Em seu canto intuitivo está um pouco da África e do negro americano". No ano de 2006 a jornalista Mila Burns (esposa de Marcelo Camelo do grupo Los Hermanos) defendeu a dissertação de mestrado em antropologia social "Nasci para sonhar e cantar" no Museu Nacional/UFRJ, tendo na banca Santuza Naves, Hermano Vianna, Aparecida Vilaça e Yvone Leite, sob orientação de Gilberto Velho. Na dissertação analisou as diferentes fases da vida da compositora (da infância à terceira idade) com base em depoimentos da própria Dona Ivone Lara, sambistas, amigos e familiares. Em 2008 prestou depoimento ao Museu da Imagem e do Som. Nesta segunda parte de seu depoimento, a primeira parte foi no ano de 1978, a cantora/compositora foi entrevistada por Adelson Alves, Hermínio Bello de Carvalho, Marília Trindade Barbosa e Rachel Valença, em mesa coordenada por Rosa Maria Araújo, presidente do MIS. Foi homenageada pela GRES Império Serrano com o enredo do carnaval de 1012 “Dona Ivone Lara: O enredo do meu samba”, cujo samba campeão foi composto por Arlindo Cruz, Tico do Império e Arlindo Neto. Em 2016 foi a grande homenageada do evento oficial "Prêmios Culturais do Brasil", realizado no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), presidido pelo presidente da república Michel Temer e coordenado pelo Secretário de Cultura Marcelo Calero. No dia 13 de abril de 2018, data em que completou 96 anos de idade, foi internada com um quadro de anemia, precisando receber doações de sangue. Três dias depois faleceu por insuficiência cardiorrespiratória. Seu corpo foi velado na quadra do Império Serrano. Por ocasião de sua morte, o pesquisador Ricardo Cravo Albin publicou no Jornal O Dia uma crônica em sua homenagem, em que acentuou sua originalidade como compositora. Nas palavras da jornalista Flávia Oliveira para o jornal O Globo (18/04/2018), Dona Ivone Lara “foi feminista antes do feminismo; empoderada antes do empoderamento (...) Rainha do samba, encarnou ideais de emancipação e liberdade, que as jovens deste século ainda batalham para naturalizar. É soberana de todas nós, mulheres brasileiras.”. Em 2018 o musical “Dona Ivone Lara – O musical – Um sorriso negro”, idealizado por Jô Santana, estreou no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, com as atrizes Dandara Ferreira, Heloísa Jorge e Fernanda Jacob, protagonizando três fases de sua vida.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira