Blusa Gola Canoa Clara Nunes Brasil Mestiço
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CLARA NUNES
Clara Francisca Gonçalves
* 12/8/1942 Caetanópolis, MG
+ 2/4/1983 Rio de Janeiro, RJ
Cantora. Compositora. Nasceu em Cedro (Distrito de Paraopeba), hoje Caetanópolis, onde viveu até aos 16 anos. Era a caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes. O pai tinha o ofício de serrador (marceneiro) na fábrica de tecidos Cedro & Cachoeira, e era conhecido como Mané Serrador, violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Em 1944, ficou órfã de pai e pouco depois, órfã de mãe, sendo criada por sua irmã Dindinha (Maria Gonçalves) e o irmão José, conhecido como Zé Chilau. Participou de aulas de catecismo na matriz da Cruzada Eucarística, onde cantava ladainhas em latim no coro da igreja. Aos 14 anos ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira. Dois anos depois, mudou-se para Belo Horizonte, indo morar com a irmã Vicentina e o irmão Joaquim. Trabalhou como tecelã, fez o curso normal à noite e, no final de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava. Cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, segundo as suas próprias palavras, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio. Em 1966 interpretava "Amor quando é amor" (Niquinho e Othon Russo) no filme "Na onda do iê-iê-iê", do diretor Aurélio Teixeira, o que marcaria o início de seu relacionamento com à Jovem Guarda, pois o filme era recheado de números musicais com o pessoal do movimento, destacando-se o cantor Paulo Sérgio, Ed Lincoln, Wanderley Cardoso, Os Vips, Sílvio César, Rosemary, The Fevers, Renato e Seus Blue Caps. No ano seguinte a cantora voltou às telas do cinema, desta vez interpretando a marcha "Carnaval na onda", de José Messias, no filme "Carnaval Barra Limpa", de J.B Tanko. No filme participaram João Roberto Kelly, Emilinha Borba, Ângela Maria, Altemar Dutra, Marlene e Dircinha Batista. No ano de 1968 fez a sua última atuação em cinema, quando interpretou "Não consigo te esquecer", de Elizabeth, no filme "Jovens Pra Frente", de Alcino Diniz, estrelado por Rosemary, Jair Rodrigues e Oscarito. Após essa gravação parou de flertar com o movimento da Jovem Guarda e passou a cantar samba por influência de Ataulpho Alves e Adelzon Alves. Ao que se sabe compôs uma única música em parceria com Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro "A flor da pele", que integrou o LP "As forças da natureza". Pesquisou a música popular brasileira, seus ritmos e seu folclore. Viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, converteu-se ao candomblé. Foi uma das cantoras que mais gravou os compositores da Portela, escola para a qual torcia. Fundou com o marido, o poeta e letrista Paulo César Pinheiro, o Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro. Faleceu vítima de complicações operatórias decorrentes de uma operação de varizes no ano de 1983, tendo sido homenageada pela Prefeirura da Cidade do Rio de Janeiro, quando a rua em que se encontra a quadra da Escola de Samba Portela foi rebatizada com o nome "Rua Clara Nunes". Em 1988, Maria Gonçalves, irmã de Clara Nunes, reuniu em Caetanópolis várias peças do vestuário da cantora, assim como adereços e objetos pessoais e criou uma sala que abriga o acervo de sua obra em um espaço físico com cerca de 120 metros, anexado à creche que leva o seu nome. Em 2004 a Prefeitura de Caetanópolis inaugurou o Instituto Clara Nunes (anexo à Creche Clara Nunes), ambos coordenados por Maria Gonçalves, irmã velha da que passou a criar a cantora quando esta tinha apenas quatro anos. Empresas como Vallourec & Mannesmann, entre outras, pretende dar apoio à criação de um futuro "Museu Clara Nunes", em memória de sua filha mais ilustre. O museu será no antigo cinema Clube Cedrense, que pertencia à fábrica têxtil Cedro-Cachoeira, no qual a cantora se apresentou pela primeira vez. Ao acervo, coordenado pelo sobrinho da cantora, o músico Márcio Guima, foram incorporadas novas peças. No ano de 2012, em comemoração ao aniversário de 70 anos, a cantora ganhou um memorial em sua cidade Caetanópolis, em Minas Gerais. Com curadoria de sua irmã mais velha Maria Gonçalves (a Mariquita), o acervo do Memorial Clara Nunes conta com 6.100 peças pessoais e artísticas da artista, cedidas por vários amigos, inclusive, o ex-marido Paulo César Pinheiro. No Rio de Janeiro, neste mesmo ano, foi inaugurado o Mergulhão Clara Nunes, passagem subterrânea que liga os bairros de Madureira e Campinho, na Zona Norte da cidade. Ainda como parte das comemorações dos 70 anos, seu biógrafo, Vagner Fernandes, relançou a segunda edição, revista e aumentada, do livro "Clara Nunes - A Guerreira da Utopia". No ano de 2018 estreou em circuito comercial e no Canal Curta Brasil (para o qual foi produzido) o documentário "Clara Estrela", dirigido por Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir. Construído através de entrevistas da cantora em diversas ocasiões, o documentário privilegia as entrevistas concedidas a emissoras de rádio e TV, inclusive, emissoras internacionais como um canal de televisão da Suécia. Quando se trata de entrevistas escritas (a jornais e revistas) a atriz Dira Paes faz a dublagem da voz da cantora. No filme também foram incluídas cenas de encontros musicais da cantora com Vinicius de Moraes e Martinho da Vila, entre outros artistas. Neste mesmo ano, de 2018, a carnavalesca Rosa Magalhães, o presidente da Escola, Luís Carlos Magalhães e Fábio Pavão, presidente do Conselho Deliberativo da Escola, definiram o enredo "Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá", em homenagem à cantora, contando a sua trajetória artística no desfile de 2019 na Marquês de Sapucaí.
Em 1952, ainda menina, ganhou o primeiro prêmio como cantora (um vestido azul), interpretando "Recuerdos de Ypacaraí" no concurso organizado por Joãozinho da Farmácia. Aos 16 anos, já morando em Belo Horizonte, conheceu o violonista Jadir Ambrósio (compositor do 'Hino do Cruzeiro'), que, admirado com a voz da menina a levou a vários programas de rádio, como "Degraus da Fama", no qual se apresentou com o nome de Clara Francisca. No início da década de 1960 conheceu também Aurino Araújo (irmão de Eduardo Araújo) que a levou para conhecer muitos artistas e tornou-se seu namorado por dez anos. Por influência do produtor musical Cid Carvalho, mudou o nome para Clara Nunes. No ano de 1960, já com o nome de Clara Nunes (sobrenome da mãe), foi a vencedora do concurso "A voz de ouro ABC" na fase mineira, com a música de Vinicius de Moraes "Serenata do adeus", gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Logo depois, com a música "Só adeus", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, obteve o 3º lugar na finalíssima realizada em São Paulo. Por essa época, foi contratada pela Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Trabalhou como crooner de boates, teve como baixista Milton Nascimento, na época, conhecido como Bituca. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais. Na época, apareceu pela primeira vez na televisão, no programa de Hebe Camargo em Belo Horizonte. Logo depois, em 1963, iniciou um programa na TV Itacolomi, "Clara Nunes apresenta", que foi ao ar por um ano e meio, no qual se apresentavam artistas de reconhecimento nacional, como Altemar Dutra e Ângela Maria, entre outros. "Eu contratava quem eu queria, viajava muito. Era uma espécie de ídolo em Minas. Naquela época, a televisão tinha vida local, ajudava a revelar muita gente. Este trabalho me deu muita base para enfrentar o Rio de Janeiro. Não vim no desespero. Pude esperar com calma até gravar meu primeiro LP", afirmou em uma de suas muitas entrevistas. No ano de 1965 foi para o Rio de Janeiro. Morou em uma "vaga" na rua Barata Ribeiro, em Copacabana. Por essa época, apresentou-se em vários programas de televisão "José Messias", "Chacrinha", "Almoço com as estrelas", de Aerton Pelingeiro e no programa de Jair do Taumaturgo. Ainda nesse ano, fez teste como cantora na gravadora Odeon e registrou pela primeira vez a sua voz em um LP lançado pela Rádio Inconfidência de Minas Gerais, ao lado de outros artistas, pela mesma gravadora. Antes de aderir ao samba, cantou bolero, percorreu emissoras de rádios e televisão, escolas de samba, clubes, programas de auditórios e casas noturnas nos subúrbios do Rio de Janeiro. Em 1966, contratada pela gravadora Odeon, a primeira e a única de sua vida, gravou o primeiro comapcto simples com as faixas "Amor Quando É Amor" (Niquinho e Othon Russo) e "De Vez Em Quando", de João Roberto Kelly. Neste memso ano lançou o primeiro LP, "A voz adorável de Clara Nunes". No disco interpretou boleros, sambas-canções e a canção "Adeus Rio", de autoria de J. Júnior. Ainda em 1966 participou da trilha sonora do filme "Na Onda do iê Iê Iê" e do fole "Carnaval Barra Limpa", estrelado pelo comediante Costinha. No ano seguinte, em 1967, lançou um compacto duplo com as faixas "A Imensidão - L'immensitá-Detto/Don Backy/Mogol" (Vrs. Geraldo Figueiredo), "Não Me Prendas" (Release Me) (Eddie Miller / W. S. Stevenson / Vrs. Bruno Silva), "O Que Fazer Se Eu Te Amo" (Sergio Reis), "Eu, Você E A Rosa - Io, Tu E Le Rose - (Pace / Panzeri / Brinniti / Vrs. Geraldo Figueiredo). No ano de 1968 lançou mais um compacto duplo, desta vez com a s composições "Mamãe" (Mama) (S. Bono / P. Dossena / Vrs. Geraldo Figueiredo), "Sozinha" (Alone) (W. Stott / S. Maughan / Vrs. Geraldo Figueiredo), "O Amor É Azul" (L'amour Est Bleu) (André Popp / Pierre Cour / Vrs. Geraldo Figueiredo) e "Adeus À Noite" (Adieu A La Nuit) (Maurice Vidalin / M. Jarre / Vrs. Geraldo Figueiredo), além do compacto simples com as faixas "Você Passa Eu Acho Graça" (Ataulfo Alves / Carlos Imperial) e "O Vento E A Rosa" (Assis Valente).

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.